terça-feira, 17 de julho de 2012

Ronaldo Luís Nazário de Lima

O colega de caderneta há-de gostar pouco deste cromo mas fica, desde já convidado, a escrever de sua justiça sobre um dos melhores jogadores de sempre. Nunca me esquecerei daquele golo em Compostela, passando por meia equipa adversária ou aquela finta na final da Taça UEFA ante da Lázio.
Ronaldo, hoje com 35 anos, teve os últimos anos marcados por múltiplas lesões e só isso impediu que colecionasse mais bolas de ouro. Ainda adolescente começou a jogar pelo Cruzeiro merecendo a chamada para o Mundial dos EUA, onde se sagrou campeão do mundo pela primeira vez, ainda que não tenha jogado.
Depois do Mundial mudou-se para o PSV onde continuou a mostrar um potencial enorme marcando 54 golos em 59 jogos. Nilis, Zenden, Stam, Bouma ou os "portugueses" Van der Gaag e Valckx conviveram de perto com o génio brasileiro que em 1996/1997 se mudou para o Barcelona de Bobby Robson e Mourinho para jogar ao lado de lendas como Guardiola, Figo ou De la Pena. Venceu a Taça das Taças e a Taça do Rei e num só ano que passou em Camp Nou marcou 47 vezes em 49 aparições. Em Barcelona, o futebol de Ronaldo atingiu o pico. O jovem de cabelo rapado arrancava e ninguém lhe tirava a bola. Foi o mais explosivo que conheci e, acredito que, se tivesse ficado em Barcelona, teria sido o melhor de sempre. Mas não. Mudou-se para o Inter.
Para aguentar o choque do futebol italiano foi submetido a tratamentos para engordar. Os joelhos não estavam preparados para o peso e Ronaldo não voltou a ser o mesmo. Pelo clube de Milão nunca foi campeão mas em 99 partidas marcou 59 vezes.
Regressou a Espanha, sempre apelidado de gordo. Mais lento e pouco móvel, manteve o instinto goleador e marcou 104 vezes em 177 jogos ao lado de Raul e Figo. A forma física fez com que andasse no Milan (20 jogos e 9 golos) e dois anos no Timão, marcando 35 vezes.
Pela seleção, foi infeliz em 1998. Graças à sua dupla com Romário levou o Brasil à final mas perdeu com a França. Uma súbita e mal explicada doença fez com que o astro jogasse limitado. Quatro anos depois foi figura suprema dos campeões do mundo.
Fica para a história pelas três bolas de ouro e muitos golos mas também fica a sensação de que poderia ter sido ainda melhor.

@ F.

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